Festa anual começou a ser promovida 41 anos atrás e virou tradição
Projeto de Lei nº 036/2025, apresentado na reunião desta segunda-feira (9/6) da Câmara de Nanuque pelo vereador Elson de Souza Lima, trata da instituição do Dia Municipal do Rock, a ser comemorado anualmente no dia 13 de julho, data consagrada como o Dia Mundial do Rock.
No parágrafo único do artigo 1º está claro que as comemorações alusivas à data ocorrerão no sábado mais próximo ao dia da semana em que cair o dia 13 de julho, anterior ou posteriormente. Se for aprovado e sancionado pelo prefeito Gilson Coleta, torna-se lei municipal.
1ª FESTA FOI HÁ 41 ANOS NO EXTINTO BERRO D'ÁGUA, CASA NOTURNA LOCALIZADA NO BAIRRO DA RETA
Em sua justificativa, Elson faz um breve histórico do evento.
"O gênero musical denominado rock’n’roll tornou-se uma tradição em Nanuque, atraindo pessoas de dezenas de cidades da região. A primeira festa aconteceu 41 anos atrás, em junho de 1984, na extinta casa noturna “Berro d´Água”, localizada no bairro Nossa Senhora de Fátima (Reta).
Na época, a data Dia Mundial do Rock, consagrada em vários países no dia 13 de julho, ainda nem existia. Aquele evento foi pequeno, entre amigos, sem maiores pretensões. Por ironia do destino, logo no ano seguinte, em 13 de julho de 1985, houve um grande evento chamado Live Aid, um show simultâneo em Londres (Inglaterra) e na Filadélfia (Estados Unidos). O objetivo principal era conscientizar a população mundial sobre a drástica pobreza e a fome na Etiópia e em outros países africanos. Ali foi o marco definitivo da criação do Dia Mundial do Rock.
A partir daí, a festa realizada em Nanuque aos poucos foi ganhando maior dimensão, sendo realizada em diversos locais, como a sede do Lions Clube Centro, Bela’s Bar, Rancho’s, Pedra Negra Country Clube e outros. Porém, depois da pandemia, em 2023, passou a acontecer na Praça Américo Machado, totalmente aberta ao público, fato que se repetiu em 2024 com grande sucesso.
Hoje, o Dia Mundial do Rock atrai apreciadores do ritmo não apenas de Nanuque, mas de Serra dos Aimorés, Carlos Chagas, Montanha, Mucurici, Pinheiros, Mucuri, Posto da Mata, Itabatã, Nova Viçosa, Teixeira de Freitas, Lajedão e até de localidades mais distantes. Há nanuquenses residentes em capitais, como Belo Horizonte, Vitória e São Paulo, por exemplo, que reservam a data de julho e marcam presença em nossa cidade. Inegavelmente, a festa tornou-se tradicional.
Descontando-se os anos em que não foi realizada e o período da pandemia da Covid-19, o Dia Mundial do Rock em Nanuque chega à sua 35ª edição. Sempre foi organizado graças à coragem, determinação e até ousadia de uns poucos amigos, entre os quais eu gostaria de mencionar os nomes do professor e jornalista Ademir Rodrigues de Oliveira Junior e do ex-bancário e quiropraxista Gilvan Fonseca, hoje pacatos cidadãos “sessentões”, que tinham vinte e poucos anos em 1984 quando promoveram a primeira edição. Na verdade, o evento nunca possibilitou lucro, e nunca foi esse o objetivo.
Por vários anos, terminava a festa e a turma ficava fazendo vaquinha com os amigos e pedindo colaboração para pagar aluguel do local, sonorização, palco, bandas etc. Com esse histórico, não seria exagero nenhum dizer que, pelo menos nesta região que abrange o nordeste de MG, extremo sul da BA e norte do ES, Nanuque sustenta rótulo de “Cidade do Rock”. É uma das poucas cidades do Brasil que promovem a festa no Dia Mundial do Rock. Até alguns anos atrás, cidades maiores, como Teófilo Otoni e Teixeira de Freitas, por exemplo, não tinham essa tradição que Nanuque tem.
Outro ponto que merece destaque é a tranquilidade do evento. Nunca houve ato de violência, brigas ou ocorrências mais graves ligadas ao evento. Tudo acontece em clima de paz, amizade, diversão e confraternização de quem gosta de rock’n’roll. O público vai desde setentões, que curtem o rock mais clássico, até a moçada de dezoito e vinte e poucos anos, que gostam do pop-rock, heavy metal e outros subgêneros mais pesados. Desta forma, fica justificada a presente propositura."
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